.   .   .  T a p a d a   d a   A j u d a  .    .    .   


v e g e t a ç  ã o    d a    t a p a d a   d a   a j u da    


      

 

 . Vegetação .  

 

 

“A vegetação pontua a cidade com elementos de cor, textura, movimento e perfume, contrastantes com os materiais inertes. Enfatiza pontos dominantes onde se localizam miradouros ou edifícios históricos; marca e referencia percursos; dá escala aos edifícios (…). Constitui, portanto, um dos elementos indispensáveis à construção da estrutura do lugar.” (Magalhães, 1994)

         

 

 . Vegetação Climácica.  

 

A Tapada da Ajuda tinha como utilizações principais a caça e o recreio, para as quais contribuía a sua vegetação natural, nomeadamente os densos matagais e zambujais.

“A expansão do zambujal e do carrascal nesta região deve-se a importantes transformações, tanto climáticas como culturais ocorridas há cerca de 4 000 anos, na paisagem litoral entre Lisboa e Sines.” (Pereira, 1995).

A manutenção da paisagem primitiva - mata climácica - nomeadamente do zambujal, após o século XVII, deve-se à criação neste local de uma tapada (a Real Tapada da Ajuda). Caso contrário, teriam tido o mesmo destino das restantes áreas da Serra de Monsanto, que foram arroteadas até à exaustão, apresentando, ainda no princípio deste século, uma imagem de aridez.

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Porém, é importante realçar que este tipo de cobertura vegetal se manteve até ao início do século XX, nas áreas de menor aptidão agrícola da Tapada da Ajuda, nomeadamente nos afloramentos rochosos.

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Actualmente, apenas encontramos a mata climácica na Reserva Botânica Natural D. António Xavier Pereira Coutinho. E por isso, como salienta o Prof. Vasconcelos (1956): “representa um vestígio de formação própria local, possivelmente dum «clímax», isto é, o estádio final duma série de associações vegetais relacionada com o meio no seu aspecto de máximo biológico estável, supondo que o zambujeiro possa ser considerado autóctone, e que o critério da Protecção da Natureza aconselha a conservar.”

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“Como formação climática dominante da área onde se situa a Tapada da Ajuda, considera-se a Quercion fagineae associada a Olea europea var. silvestris; nas áreas de cotas mais elevadas considera-se provável ter existido a Quercion pyrenaceae. É de notar a existência de alguns Quercus pyrenaica na mata do carrascal.” (Medina, 1973).

Figura . Um exemplar magnífico de um sobreiro (Quercus suber).

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O coberto vegetal é particularmente variado, compreendendo povoamentos de:

. Eucalyptus - nas parcelas a Norte da Tapada podem-se observar manchas de Eucalyptus de três espécies diferentes: E. camaldulensis, E. diversicolor e E. botryoides; e a NE, mais precisamente na Mata do Chafariz, encontramos E. globulus. Qualquer dos povoamentos tem associado um extracto arbustivo e/ou herbáceo, onde se podem encontrar Oxalis pes-caprea, Orobanche sp., Viburnum tinus, entre outras;

. Cupressus - a espécie mais encontrada é a C. lusitanica, em três manchas;

. Pinus - na Terra dos Pinheiros, a oeste do Observatório Astronómico e no Pinhal de Junot encontram-se P. pinea; e manchas de P. halepensis encontram-se na Terra do Moinho e na Mata do Carrascal;

. Quercus - uma mancha de Q. suber na área denominada de Cova do Sobreiro, nomeadamente junto ao edifício da Geradora.

. Ulmus - em pequena abundância encontram-se junto ao Observatório;

. e alguma vegetação arbórea e arbustiva de enquadramento - manchas que dizem respeito a envolventes de percursos, áreas ajardinadas, como o jardim da Parada (situado em frente ao Pavilhão de Exposições) e o Jardim do auditório do Prof. Caldeira Cabral (na zona Sul da propriedade), compreendendo várias espécies, entre as quais algumas exóticas como Phoenix canariensis, Dracaena draco

 

 . Vegetação Cultivada.  

 

A maioria das culturas existentes na Tapada encontra-se adaptada aos parâmetros climáticos, como a vinha e algumas árvores de fruto. Mesmo as práticas agrícolas foram adaptadas a estas condicionantes, tendo em vista um equilíbrio sustentável.

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As parcelas agrícolas encontram-se perfeitamente delimitadas, quer por estradas, quer por sebes ou muros (de protecção contra os ventos), sendo, por isso, um dos aspectos visualmente atractivos. Para além de garantir uma multifuncionalidade de usos, conferem uma variedade de contrastes (cor e textura) ao modelado do terreno, características que se devem salientar. Esta multifuncionalidade, aliada à correcta intervenção do homem na paisagem garantem um equilibrío sustentável em termos ecológicos e culturais. 

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Há parcelas onde se faz rotação de culturas, por exemplo, a Terra Grande, a Cova do Sobreiro, a Terra da Eira Velha, sendo a mais importante cultura da Tapada o trigo de inverno (Triticum sp.), alternando com o milho (Zea mays) ou com erva espontânea, sendo a anaphe (Melilotus sulcata, Desf.) a que predomina.

Figura . Talhões de ensaios de culturas na «Terra Grande».

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A zona sul da propriedade encontra-se destinada à viticultura, onde existem várias castas. Existem igualmente hortas e estufas na sua maioria com ensaios experimentais para as disciplinas de Horticultura e de Culturas Arvenses. 

Figura . A «única» vinha de Lisboa.

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Tapada da Ajuda . Instituto Superior de Agronomia .

     

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