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 j a r d i n s   d a    t a p a d a   d a   a j u d a    


     

 

 . Jardim Botânico da  Ajuda . 

Em 1910, pelo mesmo decreto lei em que foi criado o I.S.A., foi-lhe cedido o Jardim Botânico da Ajuda situado na Calçada da Ajuda, a sudoeste do Palácio Nacional da Ajuda, na «Quinta de Cima do Paço de Madeira ».

 

O objectivo principal era, como refere Cardoso (1992), “assim como o olival, a vinha e todo o arvoredo existentes na Tapada serviriam de campos de demonstração para os agora intitulados «engenheiros agrónomos» e «engenheiros silvicultores», o Jardim Botânico e Colonial de Lisboa - como então passou a chamar-se serviria em particular aos que fossem em comissão oficial às colónias, com a especialização de «engenheiros agrónomos coloniais»…”

 

No séc. XVII, D. José I mandou criar o Real Jardim Botânico da Ajuda, por influência de Miguel Franzini, professor dos netos do monarca, que pretendia que estes usufruíssem de formação no âmbito das Ciências Naturais.

O traçado do jardim é feito por Domingos Vandelli, em 1768, e Júlio Mattiazzi, o primeiro jardineiro do Horto Botânico de Pádua, ajuda nos trabalhos, conseguindo-se reunir uma colecção com cerca de 5 000 espécies. “Domingos Vandelli, Félix de Avelar Brotero, Welwisth, Conde de Ficalho, entre outros foram alguns directores que se notabilizaram pelo trabalho desenvolvido.” (Figueira, 1998).

 

 Já na posse do I.S.A, em 1918 o Prof. Rasteiro faz a reconstituição do tabuleiro inferior, segundo uma planta de 1869. No entanto, só em 1934, sob a direcção do Prof. André Navarro, é que o Jardim beneficiará de importantes medidas, entre as quais, a dotação de água, a reparação das canalizações, a implantação de bocas de rega, o restauro das estufas com total remodelação de uma delas e repavimentação de caminhos.

Em 1941, depois de um ciclone, o Jardim foi alvo de um plano de restauro, numa proposta do Prof. Caldeira Cabral, em que estabelece o traçado dos canteiros do tabuleiro superior, que se manteve, de um modo geral até 1994.

O traçado reposto seria baseado numa planta do jardim de 1869, mas dado as dimensões que alguns exemplares[1] atingiram, tornou-se impossível em alguns canteiros a reposição do seu desenho original.

Em 1993, como foi referido, o Conselho Directivo do Instituto Superior de Agronomia, candidatou o jardim a um subsídio de restauro, projecto que foi seleccionado pela União Europeia. Com o prémio de Conservação do Património Europeu (1994) e apoiado pelo Fundo de Turismo (1995), deu-se início ao restauro do jardim, que foi inaugurado em Setembro de 1997.

 

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Figura 

 A proposta de recuperação do Jardim foi elaborada pelas Arq. Paisagistas Ana Luísa Soares e Teresa Chambel, no seu relatório final de curso (1995). 

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O projecto, coordenado pela Prof. Cristina Castel-Branco, incluiu a organização dos canteiros do tabuleiro superior por áreas fitogeográficas[2] (baseado numa planta identificada pelo Prof. Almeida Monteiro, anterior a 1821), a recolocação das plantas aquáticas no lago central do tabuleiro inferior, a criação de um jardim de aromas[3] (com uma colecção de plantas aromáticas e medicinais), o restauro das estufas[4] (a estufa poente ou dos Pássaros foi reconvertida em restaurante/casa de chá, com um contrato de concessão de 20 anos com a empresa Vela Latina), a recuperação dos seis lagos em lióz, dos tabuleiros superior e inferior, bem como dos dois lagos da entrada em calcário e do lago da mata, o restauro do Chalet para utilização como estrutura de apoio às acções a desenvolver no jardim. A par destas intervenções foram implantadas redes eléctrica, de rega, de drenagem e feita a reconstituição dos pavimentos. 

 

Em 1998, foi apresentada uma proposta[5] de enriquecimento florístico do tabuleiro inferior (com base no catálogo manuscrito de Avelar Brotero), de recuperação da área dos viveiros e um plano de manutenção, no que se refere ao planeamento, programação e optimização das operações a efectuar no Jardim Botânico da Ajuda.

Este jardim com cerca de 4 hectares é o mais antigo jardim botânico de Portugal. Actualmente, encontra-se aberto ao público, permitindo o uso efectivo por parte dos deficientes visuais e motores. Funciona, simultaneamente, como um espaço de lazer e de aprendizagem (dispondo igualmente de projectos de animação turística, cultural e de educação ambiental), com a finalidade de dar a conhecer, à população lisboeta e a todos os seus visitantes, espécies botânicas com origem nas mais diversas partes do mundo.


[1] Em relação à vegetação, verificou-se a existência de exemplares muito antigos como Dracaena draco, Ocotea foetens, Schotia speciosa, Ficus macrophylla, entre outros. Todos os canteiros existentes estão debruados com Buxus sempervirens. (Figueira, 1998).

[2] O plano de plantação proposto teve a colaboração do Prof. Amaral Franco e a Dr.ª Maria da Luz Afonso.

[3] Plantado sob a orientação da Prof. Teresa Vasconcelos.

[4] Quanto às restantes estufas admite-se que para a estufa D. Luís I reposição da colecção de orquídeas (de acordo com o “Catálogo Geral de Orchideas em cultura no Jardim Real do Paço da Ajuda”, de 1880, de Luiz de Mello Breyner), a estufa Nova para apoio aos trabalhos de manutenção e reposição de espécies vegetais, e a estufa das Avencas para a exposição de especiarias. (Figueira, 1998).

[5] Proposta apresentada por Sílvia Figueira no seu relatório de fim de curso de Arquitectura Paisagista, em 1998.


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Tapada da Ajuda . Instituto Superior de Agronomia .

   

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