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e v o l u ç ã o    h i s t ó r i c a    d a    t a p a d a   d a   a j u d a   


 

 

             

 

 . Tapada Real da Ajuda .

 

A evolução histórica apenas pretende focar os acontecimentos que, no passado, se salientaram e provocaram (profundas) alterações na paisagem, de modo possibilitar a compreensão da situação presente.

 

A história desta Tapada, como já foi referido, coincide com o início da Dinastia de Bragança, nessa altura denominada Tapada Real de Alcântara, quando o rei D. João IV assim o determinou por escritura de 1645. “A propriedade real, livre e desembaraçada de quaisquer encargos, ficou compreendendo, além de densas matas com atalhadas e estações de espera de caça, olivais, pomares, fontes, aquedutos, tanques, estradas marginadas de árvores silvestres, etc." Atribui-se-lhe, então, o nome de Tapada de Alcântara que, com a mudança de residência dos reis, após o terramoto, para os altos da Ajuda, passou a denominar-se Tapada da Ajuda.

(…) Serviu sobretudo como parque de caça e logradouro privado da família real, actividades para as quais se prestava por possuir matos de carrasco, extensos zambujais e excelentes vistas panorâmicas.” (Coutinho, 1956). Como actividade complementar existia a agricultura, progressivamente incrementada, até se tornar a forma principal de exploração da propriedade..

Manteve-se como local de caça da Família Real até ao reinado de D. José, a partir do qual se passou a chamar Tapada da Ajuda e aí, sofreu uma reforma, onde se valorizou e modernizou nos mais variados aspectos, “tendo sido palco de numerosas obras e plantações e povoada com diversas espécies cinegéticas, incluindo gamos e javalis.” (C.M.L.,1997).

 

A Tapada e os seus muros sofreram pouco com o terramoto. Vários factos se realizaram nos períodos seguintes, como a construção do Jardim Botânico da Ajuda (que mais tarde viria a pertencer à Tapada) e, durante o reinado de D. João VI, a construção de uma Mãe-d’água no Sítio do Quintalinho (ao cimo da propriedade).

Quando D. Luís I veio habitar os Paços da Ajuda, em 1862, a “sua Tapada” ganha novo prestígio na sociedade de então. Inicia-se a expansão urbana e industrial da cidade e um novo período na história da Tapada, marcado pela valorização pública da propriedade e, consequentemente, a adaptação a novas formas de gestão e uso. ( Planta da Real Tapada da Ajuda em 1849, fonte:arquivos SAAP / ISA).

 

Merece especial atenção, pela sua importância e utilidade de objectivo, a construção, em 1861 (reinado de D. Pedro V), do Observatório Astronómico, projectado pelo Arq. Colson que, “com a sua cúpula metálica giratória, foi considerado um dos mais notáveis da Europa.” (Coutinho, 1956).

Outro dos acontecimentos responsáveis pela valorização da propriedade como parque de passeio e logradouro público, foi a inauguração no Pavilhão de Exposições da terceira Exposição Agrícola Nacional, em 4 de Maio de 1884. O pavilhão central da exposição tornou-se no “Palácio de Exposições”: diz-se agora - a exposição agrícola da Tapada, como em 1862 se disse a exposição do Palácio de Crystal em Londres, em 1865 a do Palácio de Crystal do Porto e a do Trocadero em 1878 (Revista da Exposição Agrícola de Lisboa). 

E “apesar da Exposição, em si, ter tido evidentemente um cunho temporário, beneficiou duradouramente a Tapada com todos os melhoramentos, quer de construção quer de arborização, realizados para essa época festiva.” (Coutinho, 1956). “… E uma nova tendência para a formação de “parque”, descendem (…) daquele impulso vigoroso.” (Gomes, 1935).

 

Depois de 1910, em plena República, a Tapada da Ajuda, na opinião do Prof. Silva Rosa (1920), “ficou, por assim dizer, sem dono, sendo cobiçada por muitas entidades para fins diversos”. Só então, por determinação do Ministro do Fomento Dr. Manuel Brito Camacho e pelo decreto lei de 12 de Dezembro de 1910, foram a Tapada e o Jardim Botânico da Ajuda, cedidos ao Instituto Superior de Agronomia, ficando assim o ensino agronómico dotado com o principal elemento para a prática do ensino cultural. (Lê-se no referido decreto de 1910: “A Tapada estará aberta ao público permanentemente, servindo para passeio, para instrução dos agricultores ou de quaisquer outros visitantes, bem como para a lição de coisas, às crianças e alunos de todas as escolas”).

 Criado em 1852, no reinado de D. Maria II, sob o nome de Instituto Agrícola e Escola Regional de Lisboa, só em 1911 foram decretadas as bases da organização do Instituto Agrícola de Lisboa, passando a professar os cursos gerais de engenheiro agrónomo e de engenheiro silvicultor e cursos especializados de agrónomo analista e de agrónomo colonial.

Nessa época foi director o Prof. Veríssimo de Almeida, e em 1917 foi inaugurado o edifício principal.

Depois de integrado na Universidade Técnica de Lisboa em 1930, foram introduzidas alterações, pelo Decreto Regulamentar nº 53/79 de 11 de Novembro e pelo Decreto Lei nº 128/81 de 21 de Outubro, de modo que o Instituto Superior de Agronomia passou a professar quatro licenciaturas: Agronomia, Silvicultura, Engenharia Agro-Industrial e Arquitectura Paisagista; mantendo-se os cursos de Agronomia Tropical e Silvicultura Tropical.

No Decreto Lei nº 327/86 de 29 de Setembro deu-se a reformulação dos cursos e planos de estudo devido às exigências do desenvolvimento científico e tecnológico e, em 15 de Junho de 1989 por despacho reitoral, foram aprovados os novos planos de estudo.

Em 1990, foram promulgados os estatutos do ISA decorrentes da Lei nº 108/88 de 24 de Setembro que define a autonomia das Universidades.

 


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Tapada da Ajuda . Instituto Superior de Agronomia .

     

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